quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Uma crônica real e verdadeira.


Por João Bentivi.
Uma certeza tem se consolidado em mim, após o fenômeno eleitoral Obama: o mundo foi ingrato com o nosso glorioso Lula. Sim, minha gente, o sucesso de Obama não chega nem aos pés antigamente calejados do herói pernambucano.

Obama, um multirracial, etnicamente tem proteção de Deus, Jeová e Alá. O ginete pernambucano tem somente Deus. Caso queira um consórcio protetor, haverá de se contentar com padim Padre Cícero e, quem sabe, frei Damião!

Fisicamente, a distância é maior. O Obama, porte atlético, lambiscando alturas de dois metros, é expert em basquete. O nosso Lula, até os seus dezoito anos, conheceu, como modalidade esportiva, o futebol, com bola de meia ou de bexiga e sua única especialidade era o velho aquecimento em levantamento de copo. Com o físico brevilíneo-atarracado, só se daria bem, alguns quilos a mais, talvez, com o sumô que, convenhamos, é impossível para quem nasceu em Garanhuns.

No padrão lingüístico pessoal e familiar, bote diferença. O pai de Obama, creio, tem língua árabe no nascedouro, estava na América falando inglês e conheceu a mãe de Obama em uma aula de russo. Imaginemos que a genealogia materna provenha de uma linhagem judaico-americana. Síntese lingüística polimorfa e para lá de interessante.

A desvantagem do Lula é abissal. Conheceu o português, com sotaque caipira, em Pernambuco e evoluiu com o português das portas de fábrica do ABC. O medo de todos nós é que, com tantas viagens internacionais, o presidente possa esquecer o pouco que aprendeu e terminar, ingloriamente, como aquele moreno da seleção brasileira, chamado Anderson, que agora, com dificuldades generalizadas nos neurônios, não sabe falar nem português e nem inglês.

Em escolaridade nem dá para comparar. O Obama está em uma minoria para lá de qualificada. Aluno de Harvard. Dez em cada dez amigos meus, com vaidades acadêmicas, gostariam de participar desse seleto grupo, apesar de nele se encontrarem pessoas desqualificadas como o Bush pai e, principalmente, do Bush filho.

O velho Lula não precisou enfrentar esses problemas de Harvard, tanto que ninguém dá bolas, em se tratando de Lula, para esse quesito biográfico, tão importante para os mortais comuns. Quando assumiu a presidência, até gozou os doutores e pHdês, como FHC. Não houve contestação!

Por esses discretos exemplos, pergunto: quem teve vitória mais avassaladora, Obama ou Lula? Nem dá para comparar: Lula! Essa diferença faz a diferença. O mundo em que o presidente Lula transita é tão especial, que as mentes comuns não podem e nunca poderão avaliar.

Por isso, Lula é o único presidente do mundo que não tem compromisso nem com a lógica e nem com a verdade. Tudo lhe é possível e tudo lhe é aceitável. Mesmo o inacreditável!

O Lula pode afirmar algo pela manhã, negar à tarde e reafirmar à noite. Em todas as afirmações pode rasgar a gramática, estuprar a concordância e enlouquecer o Aurélio. No máximo, será engraçado!

Jesus dizia que falava em parábolas por causa da dureza dos corações. As parábolas lulianas, em regra eivadas de Coríntians e futebol, são a prova da grandeza de nossa paciência e a tolerância pouco inocente de nossa imprensa. Mesmo sem graça, ainda provocam hilarismo!

Por fim, o quesito ética. Nunca, na História Brasileira, um presidente se acompanhou de tantas pessoas de qualidade ética, moral e penal tão duvidosa, quanto o Lula. Os escândalos e suspeitas vão dos laços sanguíneos até as amizades mais evidentes de copa e cozinha. Os crimes supostamente cometidos vão das contravenções aos homicídios, com robusta passagem no capítulo das corrupções. Lula nunca ouviu nada, nunca viu nada e nunca soube de nada.

O Ministério Público, o Judiciário, os tribunais, os parlamentos, todos acreditaram que Lula nunca ouviu nada, nunca viu nada e nunca soube de nada.

Os representantes espirituais dos homens (Deus está fora dessa turma, creio), aqui na terra, padres pastores, pais-de-santo e similares também acreditaram que Lula nunca ouviu nada, nunca viu nada e nunca soube de nada.

Os movimentos avançados de esquerda, as ONGs picaretas, as Organizações Sociais de fachada, presas às tetas do dinheiro público, também acreditaram, com razões próprias, que Lula nunca ouviu nada, nunca viu nada e nunca soube de nada.

Somente uns quatro ou cinco brasileiros, descolados da realidade e da vida, eu incluso, não acreditamos que Lula não ouviu nada, não viu nada e nunca soube de nada.

Nesse diapasão, é fácil se reconhecer as diferenças entre as duas maiores democracias das Américas. E para se saber qual a maior diferença, bastaria que Obama tivesse um único desses amigos de Lula, da turma do trambique e delito. Obama teria o mesmo destino de Nixon: impeachment!

No Brasil, para deixar claro que somos diferentes, Lula pode voltar, em 2014. Creio que voltará, pelo voto do povo e será a eterna alegria de todas as bolsas: família, pão, leite, motel e etc. Para ser completa a felicidade de todos nós, não ouvirá nada, não verá nada e não saberá de nada!

Fonte: Portal GI

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