domingo, 9 de novembro de 2008

Maranhão e Venezuela assinam protocolos de cooperação

Em clima de cooperação e aproximação entre povos latino-americanos, Maranhão e Venezuela assinaram, na noite de quinta-feira (06), os Protocolos de Intenções referentes ao Acordo de Cooperação Técnica Internacional Bilateral, celebrado entre o Maranhão e o Estado de Monagas, na República Bolivariana da Venezuela, encerrando as rodadas de negociações que se estenderam por todo o dia e entraram pela noite, na capital maranhense.

“A visita dos técnicos venezuelanos ao Maranhão faz parte da declaração conjunta feita pelo presidente venezuelano Hugo Chávez e pelo governador Jackson Lago em março deste ano. Está havendo uma dinâmica muito rápida para concretizar a Declaração. Estamos trabalhando com os mesmos interesses”, explicou Gladys Rojas, cônsul da Venezuela em Belém.

Empresários, técnicos e gestores maranhenses discutiram com a Missão Venezuelana, preço de gado, comércio exterior, cooperação e logística de transporte de animais, em quatro câmaras setoriais de negócios: mandioca, soja, bubalinos, bovinos, caprinos, ovinos e defesa sanitária. As reuniões de negociação foram exaustivas, chegando a durar mais de 12 horas ininterruptas.

O presidente do Comitê Gestor do Governo do Estado que vem tratando do acordo, professor Raimundo Palhano, destacou a importância dos acordos internacionais negociados no Governo Jackson Lago, que estão criando grandes perspectivas de integração, intercâmbio e cooperação solidária.

“Sob o comando do governador Jackson Lago, nós estamos ajudando a construir um novo conceito de cidadania entre povos da América Latina. Temos uma identificação com a Venezuela, somos dois povos irmãos e amigos que caminham na mesma direção, buscando a auto-determinação, a justiça social e a libertação”, manifestou o secretário de Agricultura do Maranhão, deputado Domingos Paz.

Os criadores maranhenses encerraram as câmaras de negociação acertando a exportação para Monagas, de caprinos da raça anglo-nubiano, ovinos da espécie Santa Inês, bovinos da raça Girolando e bubalinos das espécies Murrah e Mediterrâneo, de alta qualidade genética. Os criadores vão transferir tecnologia ao país vizinho sul-americano, com reprodutores puros, que possuem registro de origem. O Estado de Anzoátegui também adquiriu um carregamento de ovinos. “Há um compromisso do Governo do Maranhão de transferência de tecnologias e conhecimentos para a Venezuela”, frisou Conceição Marques, engenheira agrônoma, representante do Sistema Seagro no Comitê de Cooperação Internacional.

“Será uma vitrine no exterior da qualidade genética dos nossos rebanhos” declarou, entusiasmado, Marco Túlio Dominice, presidente da Associação de Criadores do Maranhão (Ascem). Quem também não conseguiu esconder a emoção ao pactuar o início das exportações do búfalo maranhense para o mercado internacional foi o criador Savigny Sauáia: “É uma parceria histórica. É um reconhecimento do verdadeiro potencial do búfalo”.

Ficou acertado que o Governo do Maranhão enviará pessoal treinado para capacitar os técnicos e agricultores familiares venezuelanos no cultivo e no sistema de propagação rápida da mandioca para a produção de fécula e de farinha. Os agricultores familiares venezuelanos vão ser treinados em culinária maranhense, com a utilização da mandioca, especialmente para o consumo humano, através da produção de bolos, mingaus e beijus, entre outros derivados.

Na câmara de negócios em defesa sanitária foi definido que o Protocolo de Intenções será acertado entre o Ministério da Agricultura do Brasil e o Ministério do Poder Popular para a Agricultura e Terras da Venezuela.

Com a participação do Governo do Estado e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen), instalada na região Sul do Estado, foram costurados entendimentos pelos quais o Maranhão transferirá tecnologia em produção de soja para Monagas. “Será uma transferência de tecnologia para produção de sementes e para cultivo comercial, com evolução para a integração lavoura x pecuária”, adiantou Gisela Introvini, superintendente da Fapcen.

Após os entendimentos comerciais, foram assinados os Protocolos de Intenções pelos representantes dos governos maranhense e venezuelano. Falando em nome do presidente Hugo Chávez, a cônsul da Venezuela em Belém agradeceu ao povo do Maranhão a recepção calorosa.

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